CRITICAS & ENTREVISTAS COMENTÁRIOS



HOMENAGEM AOS MAMÔNAS ASSASSINAS
Quando os Mamonas Assassinas consagraram-se entre o público jovem com a gravação de Vira Vira, uma sátira à música do português Roberto Leal, o cantor foi aconselhado a processá-los. Ao invés disso, viu na piada uma boa oportunidade para levar sua música a uma geração que desconhecia sua carreira vitoriosa de anos anteriores no Brasil.
Conheceu os músicos do Mamonas e deles ficou amigo a ponto de combinar um passeio a Portugal no qual seria um guia informal. Os detalhes foram acertados, mas a viagem jamais aconteceria, impedida pelo acidente aéreo que matou os integrantes da banda.
Em homenagem aos amigos, dias depois Leal compôs uma nova letra para a canção que o uniu ao grupo—e lança agora, uma década e meia após o acidente.
Na letra, ao invés de “Se você sair da roda/ Olha que eu saio também”, ele canta “Procurei por todo lado/ Não há festa não há fado/ Não há nada para ninguém”.
Com chegada ao Brasil marcada para esta terça-feira, Leal deverá encontrar os familiares dos músicos falecidos, que querem prestar-lhe também homenagem. É uma forma de manter viva a graça que conquistou várias gerações.
FONTE: GPS - VEJA


CRITICA AO CD RAIÇ/RAÍZ
go, 4 de outubro de 2009
Roberto Leal - Raiç/ Raiz

Esqueça tudo que vc sabe ou o que já ouviu de Roberto Leal. Se nunca ouviu nada, tanto melhor.

Logo aos primeiros acordes vc percebe que tem algo de muito bom nesse álbum. Soa como um álbum da Orquestra Popular de Câmara. Arranjos instrumentais elaborados, bem cuidados, influenciados por sonoridades diversas (árabes, mirandesas, portuguesas, espanholas, africanas), através do uso de instrumentos tradicionais (como pianos, percussões, Gaitas de Fole, tambores, rabecas). É um álbum cheio de qualidades, desde a foto da capa (linda) até a escolha de repertório e músicos. só gente séria, boa, talentosa. O homem por detrás desse milagre musical é Ricardo Dias, pesquisador e produtor de diversos grupos de música tradicional .

Finalmente liberto de obrigações mercadológicas impostas pela Som Livre brasileira (que sempre o manteve amarrado à camisa de força da pseudo música portuguesa com que ganhou fama no brasil noas 70) e incentivado pela seriedade do novo diretor artístico de um selo independente português (uma Biscoito Fino de lá), Roberto Leal pôde retomar sua proposta de pesquisa das raízes da música portuguesa, iniciado com o ótimo álbum de 1996 "Refazendo a história, vol 1".

Canções de trabalho, músicas quase tribais, de tradição oral, com letras e melodias simples. Destaco "Que amor não me engana", autoria de Zeca Afonso, fantástico e reconhecidíssimo compositor português, precursor nas pesquisas das raízes da música popular portuguesa resgatando canções como "Moda do Entrudo", quase um canto gregoriano, que abre esse álbum. "Vira virou" é uma linda canção de autoria dos gaúchos Kleiton e Kleidir, que vc deve reconhecer como familiar, mas que soa feita sob encomenda para Roberto. Por fim, os refrões e arranjos de "Vindima" e de "Ó Bininha" são deliciosos.




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-COMENTARIO DA RDP-ANTENA-1
Roberto Leal por si mesmo dispensaria apresentações, mas a mudança que foi iniciada em 2007, carece de explicação.

35 anos depois de ter começado a cantar e a ter sucesso no Brasil, decidir retomar e assumir as suas raízes Transmontanas não será uma decisão fácil para ninguém, especialmente, se a razão para o fazer depender apenas do próprio! O Roberto não tinha nenhuma necessidade de fazer essa inflexão, mas fê-la porque criou ele próprio essa necessidade. Precisou, para estar de bem consigo e com a vida, de fazer essa opção.

E, como em tudo na sua vida, tomada a decisão, assumiu as consequências na totalidade e assumiu em simultâneo que, como sempre, o que estava a fazer teria que ser feito da forma mais objectiva e profissional, o resultado teria que ser perfeito, tão perfeito como se o Roberto tivesse vindo a interpretar música tradicional portuguesa desde sempre!

Os resultados falam pelo Artista! Canto da Terra, o disco de 2007, mereceu as melhores críticas e foi considerado por alguns como o melhor disco de Música Portuguesa desse ano.

A confirmação vai chegar agora com o novo disco "Raiç / Raiz"!

Com reportório pesquisado com o mesmo carinho e dedicação, com a gravação feita pela mesma equipe, com o mesmo cuidado nas adaptações e nos arranjos, Raiç vai ser mais um marco na Música Tradicional Portuguesa.


            ROBERTO LEAL  EM ENTREVISTA  AO JORNAL-CORREIO DA MANHÃ

Roberto Leal confessou ao CM porque decidiu aventurar-se na música tradicional portuguesa. 'Faltava alguma coisa. Era um grito calado que tinha dentro de mim e que agora soltei. Era um caminho necessário', adiantou.

Segundo Roberto Leal, gravar 'Raiç/Raíz' 'não foi fácil', tendo o trabalho de pesquisa, recolha e gravação demorado dois anos. 'Cheguei a chorar de emoção no estúdio', disse, salientando que uma das maiores dificuldades que conheceu foi aprender mirandês. 'Felizmente o Dr. Amadeu, que foi o meu professor, teve muita paciência e corrigiu-me muitas vezes.', afirmou.

Segundo capítulo de um investimento nas raízes musicais portuguesas, iniciado 'há cinco anos', 'Raiç/Raíz' é também uma homenagem às suas origens transmontanas e 'uma abertura maior do que no primeiro disco ('Canto da Terra').

'Nesse apostei na musicalidade da minha infância, mas neste já fui mais longe. É um disco mais arriscado, fui buscar o Zeca Afonso...e porque não? É lindo ('Que Amor Não me Engana')', adiantou, sublinhando a ajuda do grupo Galandum Galundai, 'que foram incansáveis'.

Para o cantor, o seu caminho, a sua 'necessidade', passa agora por ouvir muito e privilegiar a essência da música, tal como o testemunhou Giacometti. 'Temos de beber nessa fonte', adiantou.

Com carreira feita no Brasil, Roberto Leal pensa já em apresentar o novo disco do outro lado do Atlântico. 'Quero muito mostrar esta música no Brasil....








udo acerca dele na sua Rádio... POPULARFM

Roberto Leal: homenagem a

APRESENTAÇÃO DO CD RAÍÇ/RAÍZ PELO ROBERTO LEAL

O anterior trabalho, “Canto da Terra”, foi um dos maiores prazeres e recompensas da minha vida. Foi uma viragem de página. Uma tomada de decisão de renovar, de reciclar, de enveredar por outros caminhos, de buscar novas soluções dentro da música, novas roupagens e posturas para vestir conceitos dos quais, no entanto, não abro mão. Mas atitudes como esta, após 37 anos de carreira pública não são fáceis. Há que contar com a aprovação, com a compreensão. Há que contar com a fidelidade daqueles que nos acompanharam durante os 37 anos. Há que conquistar novos amigos sem perder os que já nos são caros. Há que mudar invólucros sem perder o mesmo conteúdo, esse eterno porque vem da alma. E tudo isto foi conseguido! Para espanto de mim próprio, para espanto dos novos amigos e para alegria dos que já eram! O “Canto da Terra” abriu, então, uma nova estrada à minha frente, pelo qual sigo agora renovado e cheio de prazer. Fez jorrar uma nova fonte de inspiração de cuja fartura bebo e me embriago! Nasce agora “Raiç”, a palavra Mirandesa para Raiz, …uma alegria mais profunda. Remexer o baú das minhas memórias e das memórias do meu povo, dos cantares, das raízes! Poder cantar livremente tudo aquilo que vivi e que esteve guardado no mais íntimo do meu ser é uma libertação da alma! Após tanto tempo buscando e incorporando nos espectáculos os frenéticos ritmos que, da África, cruzaram para o Brasil, vemos hoje a mesma vibração, a mesma força e pujança que fez saltar pés e corações, com os ritmos Trasmontanos. Com este trabalho fez-se a sintonia perfeita, a química necessária com outras esferas da Alma Portuguesa. E, consegui a minha própria linguagem para expressar esta sintonia. “Raiç”… minha melhor obra!

Roberto Leal