TUDO SOBRE O CD - VIROU MANIA-

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A FESTA AINDA PODE SER BONITA (R. Leal / Dinho)
Roda, roda, vira, olha se roda bem
Mas que raio de festa que eu não encontro ninguém
Roda, roda, vira, olha se roda bem
Procurei por todo o lado, não há festa, não há fado
E não há nada pra ninguém.

Fui convidado para ir a uma festa
Um miúdo veio logo me avisar
Ele disse vou dançar a noite inteira
Com seus amigos, você não pode faltar.

Mas ao chegar fiquei assustado
Imaginava meus amigos lá também
Pois numa festa sem amigos ao meu lado
Não há festa não há fado, e não há nada pra ninguém.

Roda, roda, vira, olha se roda bem.
Mas que raio de festa que eu não encontro ninguém
Roda, roda, vira, olha se roda bem
Procurei por todo o lado, não há festa não há fado.
E não há nada pra ninguém.

Meus amigos vejam como eu estou
Nem imaginam como eu estou sofrendo
Ainda acho que a festa não acabou
Pois vão tocando que outra festa vai nascendo

Eu sinto falta dos amigos de verdade
Que bom seria se isso fosse mesmo agora
Onde no cais vai zarpando a amizade
O peito enche de saudade ao ver o barco ir embora.

Roda, roda, vira, olha se roda bem.
Mas que raio de festa que eu não encontro ninguém
Roda, roda, vira, olha se roda bem
Procurei por todo o lado, não há festa não há fado.
E não há nada pra ninguém.

Mas a festa ainda pode ser bonita...
Arrebita, arrebita, arrebita
Longe é perto para aquele que acredita
Arrebita, arrebita, arrebita
O pá estamos todos nesta fita
Arrebita, arrebita, arrebita
O sanfoneiro bota o fole pra mexer
Lá em cima ou lá embaixo outra festa vai nascer.

Roda, roda, vira, olha se roda bem
Mas que raio de festa que eu não encontro ninguém
Roda, roda, vira, olha se roda bem
Procurei por todo o lado, não há festa não há fado
E não há nada pra ninguém.

APRESENTAÇÃO DO CD RAÍÇ/RAÍZ PELO ROBERTO LEAL

O anterior trabalho, “Canto da Terra”, foi um dos maiores prazeres e recompensas da minha vida. Foi uma viragem de página. Uma tomada de decisão de renovar, de reciclar, de enveredar por outros caminhos, de buscar novas soluções dentro da música, novas roupagens e posturas para vestir conceitos dos quais, no entanto, não abro mão. Mas atitudes como esta, após 37 anos de carreira pública não são fáceis. Há que contar com a aprovação, com a compreensão. Há que contar com a fidelidade daqueles que nos acompanharam durante os 37 anos. Há que conquistar novos amigos sem perder os que já nos são caros. Há que mudar invólucros sem perder o mesmo conteúdo, esse eterno porque vem da alma. E tudo isto foi conseguido! Para espanto de mim próprio, para espanto dos novos amigos e para alegria dos que já eram! O “Canto da Terra” abriu, então, uma nova estrada à minha frente, pelo qual sigo agora renovado e cheio de prazer. Fez jorrar uma nova fonte de inspiração de cuja fartura bebo e me embriago! Nasce agora “Raiç”, a palavra Mirandesa para Raiz, …uma alegria mais profunda. Remexer o baú das minhas memórias e das memórias do meu povo, dos cantares, das raízes! Poder cantar livremente tudo aquilo que vivi e que esteve guardado no mais íntimo do meu ser é uma libertação da alma! Após tanto tempo buscando e incorporando nos espectáculos os frenéticos ritmos que, da África, cruzaram para o Brasil, vemos hoje a mesma vibração, a mesma força e pujança que fez saltar pés e corações, com os ritmos Trasmontanos. Com este trabalho fez-se a sintonia perfeita, a química necessária com outras esferas da Alma Portuguesa. E, consegui a minha própria linguagem para expressar esta sintonia. “Raiç”… minha melhor obra!

Roberto Leal